A presente investigação pretende aplicar os chamados estudos visuais à obra literária de Ana Teresa Pereira verificando o funcionamento da imagem em três dos seus mais recentes livros, a saber, As Longas Tardes de Chuva em Nova Orleães (2013a), Neverness (2015a) e Karen (2016). O nosso objectivo é demonstrar como a originalidade da sua obra, uma das mais poderosas em termos de imagética e das mais reconhecíveis em termos de estilo, tem muito a ver com a especial atenção dedicada ao regime da imagem nos seus textos, quer ao nível de remissões e alusões ao mundo do cinema e a outras formas de expressão artística, quer ao nível de estratégias e técnicas fílmicas ou figurativas aplicadas na sua construção narrativa. Queremos demonstrar como o processo criativo de Ana Teresa Pereira, talvez a primeira autora portuguesa verdadeiramente influenciada pelo chamado pictorial turn, tem sempre origem numa imagem (pictórica, fotográfica ou fílmica) pertencente ao seu cinema mental, ou seja, ao depósito imaterial de imagens da nossa contemporaneidade, para fixá-la obsessivamente num universo de escrita construído como um jogo de espelhos que se repete, com pontuais variações, até o infinito. O nosso estudo tem assim como objectivo pôr em evidência como a visualidade representa, para a autora, um verdadeiro mecanismo de reactivação e transformação da memória em limiar do visível.
O limiar do visível: para uma leitura crítica de Ana Teresa Pereira
Gaia Bertoneri
2021-01-01
Abstract
A presente investigação pretende aplicar os chamados estudos visuais à obra literária de Ana Teresa Pereira verificando o funcionamento da imagem em três dos seus mais recentes livros, a saber, As Longas Tardes de Chuva em Nova Orleães (2013a), Neverness (2015a) e Karen (2016). O nosso objectivo é demonstrar como a originalidade da sua obra, uma das mais poderosas em termos de imagética e das mais reconhecíveis em termos de estilo, tem muito a ver com a especial atenção dedicada ao regime da imagem nos seus textos, quer ao nível de remissões e alusões ao mundo do cinema e a outras formas de expressão artística, quer ao nível de estratégias e técnicas fílmicas ou figurativas aplicadas na sua construção narrativa. Queremos demonstrar como o processo criativo de Ana Teresa Pereira, talvez a primeira autora portuguesa verdadeiramente influenciada pelo chamado pictorial turn, tem sempre origem numa imagem (pictórica, fotográfica ou fílmica) pertencente ao seu cinema mental, ou seja, ao depósito imaterial de imagens da nossa contemporaneidade, para fixá-la obsessivamente num universo de escrita construído como um jogo de espelhos que se repete, com pontuais variações, até o infinito. O nosso estudo tem assim como objectivo pôr em evidência como a visualidade representa, para a autora, um verdadeiro mecanismo de reactivação e transformação da memória em limiar do visível.File | Dimensione | Formato | |
---|---|---|---|
O_Limiar_do_Visivel_FINAL_13set2021_compressed.pdf
Accesso riservato
Tipo di file:
PDF EDITORIALE
Dimensione
1.9 MB
Formato
Adobe PDF
|
1.9 MB | Adobe PDF | Visualizza/Apri Richiedi una copia |
I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.